segunda-feira, 11 de junho de 2018

Alexander Dugin: uma versão russa da direita radical europeia? (por Marlène Laruelle) - parte 2

(A Estrela do Caos ao centro da Eurásia simboliza a geopolítica do neoeurasianismo.) 
        
Alexander Dugin: uma versão russa da direita radical europeia?  (parte 2)

          Após a primeira parte, apresento aqui a segunda parte (subcapítulo) do artigo de Marlène Laruelle sobre a trajetória e o pensamento do filósofo russo Alexander Dugin. Na primeira parte, a cientista política francesa apresenta a trajetória pessoal de Dugin; agora, seu estudo versa sobre o pensamento geopolítico do pensador russo.

          O artigo foi publicado pelo Instituto Kennan, divisão do Centro Internacional de Especialistas Woodrow Wilson, de Washington, EUA, e compõe o quarto capítulo do livro Russian Eurasianism: An Ideology of Empire, de autoria de Laruelle e publicado pelo mesmo Centro em 2008.

          Boa leitura!


UMA VERSÃO RUSSA DO ANTI-GLOBALISMO: TEORIAS GEOPOLÍTICAS DE DUGIN

          Todas as correntes neoeurasianas que emergiram na década de 1990 compartilham de uma concepção imperial da Rússia, mas todas elas se baseiam em diferentes pressupostos. Alexander Dugin ocupa uma posição particular neste grupo, e às vezes é virulentamente criticado por outros neoeurasianos. Na verdade, Dugin "distorce" a ideia de Eurásia, combinando-a com elementos emprestados de outras tradições intelectuais, como as teorias da revolução conservadora, a geopolítica alemã das décadas de 1920 e 1930, o tradicionalismo de René Guénon e a Nova Direita ocidental. No entanto, Dugin tem desfrutado do maior sucesso de público entre todos os neoeurasianos, e influencia mais diretamente certos círculos políticos que procuram por uma nova geopolítica para a Rússia pós-soviética.

          Dessa forma, Dugin supera em grande parte pequenos grupos intelectuais, que buscam suas próprias reflexões neoeurasianas sem terem qualquer acesso direto a um público maior. Ele pode ser considerado o principal teórico do neoeurasianismo, apesar de ter compartilhado este papel com Alexander Panarin nos anos 1990. Primeiro, os dois homens se opuseram um ao outro, e Panarin se recusou a ser assimilado à mesma corrente ideológica. Ele descreveu a geopolítica de Dugin como pagã por ver o homem como dependente da natureza e guiado por um destino cego e determinista,  e conceber o Estado como um organismo isolado e egoísta, não providenciando qualquer garantia à estabilidade global, confiando apenas na força. Na época, Panarin considerava essa visão como o estrito oposto da consciência "civilizadora" que o neoeurasianismo deveria ser. Os dois pensadores acabaram, entretanto, por compartilhar alguns pontos de vista como consequência da evolução intelectual de Panarin e não de Dugin. Assim, Panarin gradualmente veio a corroborar a supremacia pública de Dugin em questões neoeurasianas, comparecendo à fundação do movimento Evraziia em 2001 e se tornando membro do Conselho Central do partido em 2002. (27) De acordo com Dugin, Panarin chegou a concordar, antes de sua doença, em escrever um prefácio para um de seus últimos livros, Political Philosophy. (28) Entretanto, a repentina morte do filósofo tirou este aliado e competidor do cenário público.

          A atração de Dugin pelo eurasianismo desenvolvido por emigrantes russos dos anos 1920 e 1930 não é uma adição tardia às suas doutrinas. No final da década de 1980, enquanto ainda era próximo de certos grupos monarquistas, Dugin já tinha se tornado apóstolo de uma concepção eurasiana da Rússia e contribuiu para sua disseminação entre os círculos patrióticos ligados ao Den´. Hoje continua sendo uma influência dominante entre aqueles que tentam reabilitar os fundadores do eurasianismo: ele editou compilações dos principais textos dos principais teóricos do movimento - Pyotr N. Savitsky, Nikolay S. Trubetskoi, Nikolay N. Alekseev, etc - na Agraf, e depois através das publicações da Arctogaia. (29) Nas suas introduções a essas publicações, ele tenta sistematicamente vincular os ensinamentos eurasianos do entre-guerras o mais próximo possível de suas definições contemporâneas do neoeurasianismo. Entretanto, ele não se apropria das teorias altamente elaboradas dos fundadores sobre a legitimidade histórica, geográfica ou religiosa do Império Russo. Ele se satisfaz em tentar estabelecer uma geopolítica para a Rússia pós-soviética, ajudando o país a se tornar consciente de sua particular sensibilidade escatológica: "as atuais transformações no espaço geopolítico da Rússia e em toda a Eurásia são difíceis de entender a não ser que sejam interpretadas com sinais dos tempos, anunciando a proximidade do clímax." (30)

          Dugin chega a criticar os fundadores por terem sido excessivamente filosóficos e poéticos: segundo ele, o eurasianismo tinha as intuições certas (por exemplo, a ideia de um "terceiro continente" e a importância do período mongol na formação da identidade russa), mas foi mal sucedido em formalizá-los teoricamente. "No eurasianismo nós somos confrontados com uma dupla indeterminação: a indeterminação características do próprio pensamento russo e a tentativa de sistematizar essa indeterminação numa nova concepção indeterminada." (31) Sua atitude em relação a outros neoeurasianos é ainda mais negativa: além do historiador e etnólogo Lev Gumilev (1912-1992), cujas muitas concepções étnicas ele compartilha, Dugin considera seus competidores ideológicos inúteis, e afirma que suas concepções neoeurasianas são "pouco consistentes [e] representam apenas uma adaptação a uma realidade política em transformação de todo um complexo de ideias já enunciados." (32)           

          O eurasianismo de Dugin envolve um grande interesse em geopolítica, a principal disciplina na qual baseia suas teorias. Para ele, a geopolítica por definição serve ao Estado em que é elaborado. Dessa forma, a geopolítica russa só poderia ser eurasiana, já que é responsável pela restauração do status de grande potência da Rússia. Ela também é destinada exclusivamente às elites: de acordo com Dugin, a geopolítica se opõe ao princípio democrático porque a capacidade de conhecer o significado das coisas é inevitavelmente restrita ao líderes. É para este fim que Dugin se refere aos grandes nomes da disciplina, como os alemães Friedrich Ratzel (1844-1904), Karl Haushofer (1869-1946) e Friedrich Naumann (1860-1919), o sueco Rudolf Kjellen (1864-1922) e o britânico Sir Halford Mackinder (1861-1947). Na verdade, há pouco o que é russo na bagagem intelectual de Dugin. Além de Konstantin Leontyev (1831-91), (33) a quem Dugin às vezes menciona, ele é muito mais inspirado por autores ocidentais do que russos. Por exemplo, ele fala com admiração dos organicistas alemães, como Ernst Jünger (1985-1998), Oswald Spengler (1880-1936), Arthut Moeller van den Bruck (1876-1925), ou Ernst Niekisch (1889-1967) e Karl Schmitt (1888-1985). Ele toma de Schmitt sua concepção de nomos, a forma geral de organização dos fatores objetivos e subjetivos de um determinado território, e a teoria do Großraum, "grandes espaços".   

          Dugin dá grande valor à sua herança alemã e deseja ser visto como um geopolítico continental a par com Schmitt e Haushofer: a centralidade e continentalidade da Rússia, para ele, são comparáveis às da Alemanha nos anos 1920-30. Ele desenvolve então sua própria interpretação bipolar do mundo, opondo a "Heartland", que tende aos regimes autoritários, à "Ilha Mundo", a encarnação dos sistemas democrático e comercial. Ele combina as teorias eurasianas clássicas com esta divisão bipolar do mundo em sociedades marítimas e terrestres, ou talassocracias e telurocracias, e os vincula a vários duplos conceitos clássicos do "pensamento russo" (cristianismo ocidental/ortodoxia, Ocidente/Oriente, democracia/ideocracia, individualismo/coletivismo, sociedades marcadas pela mudança/sociedades marcadas pela continuidade). A oposição entre capitalismo e socialismo é vista como apenas um confronto histórico particular destinado a continuar de outras formas. "A Terra e o Mar disseminam suas oposições originais a todo o planeta. A história humana é nada mais do que a expressão dessa luta e o caminho da sua absolutização." (34)

          Dugin então divide o mundo em quatro zonas civilizacionais: a zona americana, a zona afroeuropeia, a zona Ásia-Pacífico e a zona eurasiana. A Rússia deve se esforçar para estabelecer várias alianças geopolíticas organizadas como círculos concêntricos. Na Europa, a Rússia deve, evidentemente, se aliar com a Alemanha, a qual Dugin dá atenção especial. Apresentada como o coração da Europa, a Alemanha deve dominar toda a Europa Central e a Itália de acordo com as teorias de "centralidade" desenvolvidas pelos geopolíticos nazistas, bem como pelo militarismo prussiano do século XIX. Na Ásia, a Rússia deve se aliar com o Japão, apreciado por sua ideologia pan-asiática e pelo eixo Berlim-Roma-Tóquio durante a Segunda Guerra Mundial. Dentro do mundo muçulmano, Dugin escolhe o Irã islâmico, admirado por seu rigorismo moral. Ele apresenta o Irã como uma das poucas forças reais de oposição à globalização americana e o convida a se unir a todo o mundo árabe, bem como o Paquistão e o Afeganistão, sob sua liderança. Dugin caracteriza essa quádrupla aliança Rússia-Alemanha-Japão-Irã, que reagiria às talassocracias (os EUA, a Grâ-Bretanha na Europa, a China na Ásia, a Turquia no mundo muçulmano), como uma "confederação de grandes espaços," (35) uma vez que cada aliado é ele mesmo um império que domina a área civilizacional correspondente. Ao contrário dos eurasianos da década de 1920, Dugin não fala de uma irredutível e romântica oposição entre o Oriente e o Ocidente; nas suas teorias, tanto a Ásia quanto a Europa estão destinadas a se colocar sob a dominação russo-eurasiana.

          Como o inimigo marítimo e democrático supostamente tem uma "quinta coluna" na Rússia, Dugin apela por uma restauração da União Soviética e uma reorganização da Federação Russa. Ele é o único neoeurasiano a incluir em seu projeto político não apenas os Estados Bálticos, mas todo o antigo bloco socialista. (36) Sua Eurásia deve se expandir para além do espaço soviético, pois propõe incorporar a Manchúria, o Xinjiang, o Tibet e a Mongólia, bem como o mundo ortodoxo dos Bálcãs: a Eurásia só alcançaria seus limites com a "expansão geopolítica até as margens do Oceano Índico," (37), uma ideia que foi tomada e popularizada por Zhirinovsky. Dugin também propõe uma repartição geral da Federação, e especialmente da Sibéria, que considera estar à beira da implosão há algum tempo. Ele pede a abolição das "repúblicas nacionais" a serem substituídas por regiões puramente administrativas subservientes a Moscou. Em The Foundations of Geopolitics, ele reconhece suas esperanças pela dissolução de Yakutia, Tatarstão, Bashkotorstão e Buriatia, condenadas por seu separatismos e sua capacidade de formar eixos budistas ou pan-turcos anti-russos com as regiões vizinhas. Ele deseja unificá-las com regiões industrializadas que possuem uma maioria russa, como os Urais ou a costa do Pacífico [Primorskii krai]. (38)

          Assim como no eurasianismo dos anos 1920-30, os povos não-russos, e particularmente as minorias turco-muçulmanas, são tratados de forma ambígua. Ele são admirados como elementos-chave que confirmam a distintividade da identidade eurasiana da Rússia, mas são também representados como concorrentes potenciais ou mesmo inimigos se decidirem não mais participar de uma Eurásia multinacional dominada pela Rússia. Os eventos internacionais dos últimos anos, especialmente o 11 de setembro, bem como a segunda guerra na Chechênia e os atos terroristas subsequentes que cobriram a Rússia com sangue, forçaram Dugin a refinar seu conceito de islam e a ser mais cauteloso em sua apreciação positiva de um certo tipo de radicalismo islâmico. Assim, num simpósio chamado "Ameaça Islâmica ou Ameaça contra o Islam?" organizado pelo Evraziia em 28 de junho de 2001, os membros do partido desaprovaram o fundamentalismo, apresentado como um perigo ao islam tradicional, e afirmaram o desejo de criar um Comitê Eurasiano de Parceria Estratégica Russo-Muçulmana. De acordo com o Evraziia, o islam tradicional, o sufismo, o xiismo e o cristianismo ortodoxo são espontaneamente eurasianos, enquanto que o catolicismo e o protestantismo, mas também o islamismo radical patrocinado pelos EUA, representam o atlanticismo. Portanto, Dugin tenta distinguir entre o fundamentalismo xiita, que considera positivo, do fundamentalismo sunita, que ele deprecia.

          O desejo de Dugin de dissociar o islam tradicional "bom" dos outros ramos da religião, os quais ele nivela ao wahabismo, é compartilhado por numerosos movimentos nacionalistas russos contemporâneos, que visam cortejar o islam russo oficial. Esse tipo de conversa permitiu que Dugin recrutasse os líderes do Diretório Espiritual Central dos Muçulmanos Russos para o seu movimento Evraziia. Dugin tenta impedir qualquer competição com o eurasianismo turco sobre a questão das minorias religiosas e nacionais do país. Ele conseguiu de forma brilhante apresentar seu movimento não apenas como um instrumento para defender o poder russo, mas também como uma solução pragmática às tensões internas da Rússia. Assim, desde sua criação em 2001, o Evraziia inclui representantes de regiões sensíveis como Yakutia-Sakha, o norte do Cáucaso e o Tatarstão, e teve o prazer de reunir todas as confissões da Rússia: diversos muftis do Diretório Espiritual Central dos Muçulmanos, incluindo seu líder, Talgat Tadzhuddin, mas também budistas (DordzhiLama, o co-fundador da União dos Budistas de Kalmyk) e membros do Movimento Sionista Radical, que aderiram ao partido e declararam seu desejo de combater a ascensão do extremismo religioso usando a estratégia de integração implícita na ideia eurasiana.

          Entretanto, Dugin não se limita a atualizar uma visão geopolítica eurasiana sobre a Rússia. Ele busca ancorá-la numa visão global e apresentá-la como uma forma relevante de análise que ajudaria a entender toda a evolução do mundo pós-Guerra Fria. Mais uma vez, Dugin está interpretando o "manual", usando os inumeráveis textos ocidentais com os quais está familiarizado para adaptar as ideias clássicas da história do pensamento russo ao debate contemporâneo. Portanto, há vários anos ele tem centrado seu argumento sobre a natureza eurasiana da Rússia inteiramente no tópico da globalização. De acordo com ele, a globalização apresenta como verdade óbvia o que na verdade é uma ideologia: a democracia representativa como o fim da história do desenvolvimento humano, a primazia do indivíduo sobre qualquer comunidade, a impossibilidade de escapar da lógica da economia liberal, etc. (39) Ele argumenta que apenas a solução eurasiana oferece uma alternativa viável com um forte potencial teórico que poderia fazer frente aos atuais processos de globalização instituído pelos Estados Unidos. "A Rússia é a encarnação da busca por uma alternativa histórica ao atlantismo. Aí reside sua missão global." (40)

          Assim como todos os neoeurasianos, Dugin é um defensor do argumento do "choque de civilizações" de Samuel Huntington, que está na moda na Rússia. O belicismo de Huntington permite a Dugin afirmar a necessidade da manutenção da estrutura imperial russa e rejeitar qualquer perspectiva de um equilíbrio global. De acordo com ele, a nação russa precisa estar preparada para "defender sua verdade nacional, não apenas contra seus inimigos, mas também contra seus aliados." (41) De fato, a doutrina geopolítica de Dugin não pode funcionar sem criar inimigos. Ele baseia sua ideologia em teorias da conspiração, apresentando a nova ordem mundial como uma "teia de aranha", na qual os atores globalizados se escondem com o objetivo de melhor cumprir sua missão. Dugin chegou a dedicar um livro inteiro (publicado em 1993 e republicado numa versão revisada em 2005) ao que ele chama de conspirologia. As ideias apresentadas nele são contraditórias. Ele critica duramente os pressupostos sobre conspirações judaicas, maçônicas, marxistas, etc, sustentados por numerosos grupos políticos de esquerda e de direita, mas também compartilha algumas de suas ideias. (42) Por exemplo, ele reconta uma história secreta da União Soviética na qual uma ordem eurasiana se opõe à sua contraparte atlantista. O golpe de 1991 é descrito como a culminação da guerra oculta entre essas duas ordens. De acordo com Dugin, entretanto, as alternativas à globalização permanecem limitadas: ou as ideologias de esquerda aplicadas no Ocidente, ou o liberalismo de direita e a estagnação típica dos países asiáticos. Dugin também percebe que essas duas alternativas são opostas uma a outra, embora compartilhem de um inimigo comum. Ele propõe, portanto, que a Rússia elabore uma combinação fértil, porque "todas as tendências anti-globalização são 'eurasianas' por definição." (43)

          Dugin não joga a carta da autarquia a qualquer custo: ele está convencido de que o modelo eurasiano de resistência à dominação americana é exportável para o resto do planeta. Ele a apresenta como o modo mais apropriado de resistir à chamada Nova Ordem Mundial. Um dos objetivos de seu pensamento é, portanto, como ele descreve, "transformar a distintividade russa numa modelo universal de cultura, numa visão de mundo que seja alternativa à globalização atlantista, mas também global à sua própria maneira." (44)

          Assim, a Rússia é chamada a participar dos assuntos mundiais enquanto constrói uma certa cultura autárquica eurasiana. Muito mais do que, por exemplo, Pyotr Savitsky e o conde Trubetskoi, Dugin parece ter internalizado completamente a contradição entre, por um lado, a exaltação da distintividade nacional e uma rejeição apaixonada de qualquer empréstimo que arriscasse "deformar"a Rússia e, por outro, um desejo pelo expansionismo geopolítico e ideológico e um novo messianismo. Longe de ser apenas um "sucessor" dos primeiros eurasianos, ele é o teórico que possui facetas múltiplas ou mesmo contraditórias: muitas outras doutrinas influenciaram sua evolução intelectual pelo menos tanto quanto, se não mais do que, o eurasianismo.

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(27) Andreas Umland, “Toward an Uncivil Society? Contextualizing the Recent Decline of Extremely Right-Wing Parties in Russia,” Weatherhead Center for International Affairs Working Paper No. 02-03, 2002. 

(28) http://evrazia.org/modules.php?name =News&file=article&sid=1508. 

(29) Ele também republicou o "Evrei e Evraziia de Iakov Bromberg" e o "Rus’ mongol’skaia" de E. Khara-Davan em 2002. 

(30) Osnovy geopolitiki, p. 97. 

(31) “Evraziisky triumf,” in: P. Savitsky, Kontinent Evraziia, Moscow: Agraf, 1997, p. 434. 

(32) Osnovy geopolitiki, p. 159. 

(33) Leontyev representou uma grande mudança no pensamento russo. Ele argumentava que os russos não são realmente eslavos, mas acima de tudo um povo misturado com grupos turcos. De uma forma ambígua, ele antecipou a "virada para o leste" dos últimos eurasianos: abandonou o argumento linguístico sobre a identidade eslava e, por exemplo, reconheceu que preferia os gregos do que outros eslavos no reino religioso. Leontyev foi o primeiro a compreender o potencial do "argumento turaniano" para ajudar a Rússia a afirmar sua identidade contra a Europa. Ver: M. Laruelle, “Existe-t-il des précurseurs au mouvement eurasiste? L’obsession russe pour l’Asie à la fin du xixe siècle,” Revue des études slaves, Paris: Institut d’études slaves, vol. LXXV, no 3-4/2004, pp. 437–454. 34. 

(34) Misterii Evrazii, p. 19. 

(35) Osnovy geopolitiki, p. 247. 

(36) Entretanto, Dugin aceita o separatismo das áreas que considera não-russas (ele propõe devolver as Ilhas Kurilas ao Japão e Kaliningrado à Alemanha) contanto que se mantenham sob controle de aliados da Eurásia e do continentalismo.

(37) Osnovy geopolitiki, p. 341. 

(38) Ele também deseja o retorno da Ucrânia à esfera de influência russa e sua divisão de acordo com o que chama de realidade etno-culturais do país. Para mais destalhes, ver: Dunlop, op. cit., pp. 109–112. 

(39) “Evraziiskii otvet na vyzovy globalizacii,” Osnovy evraziistva, p. 541–563. 

(40) Nash put’, p. 47. 

(41) Osnovy geopolitiki, p. 261. 

(42) Konspirologiia, tambén online at www.arctogaia.com/public/consp. 

(43) Evraziia prevyshe vsego, p. 4. 

(44) Osnovy evraziistva, p. 762