quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O cérebro de Putin (Foreign Affairs)

(Presidente russo Vladimir Putin em 2007 - Reuters)

          O artigo a seguir foi publicado em 31 de março de 2014 no site da Foreign Affairs, a principal revista de relações internacionais no mundo e editada pelo Conselho de Relações Exteriores (CFR, en inglês) dos EUA. Ele aborda a trajetória pessoal do filósofo e ideólogo russo Alexander Dugin no contexto do fim da URSS até os dias de hoje, o desenvolvimento de sua filosofia e a formulação do neoeurasianismo, ideologia combina o eurasianismo clássico do início do século XX e a geopolítica com elementos nazi-fascistas, religiosos, místicos e ocultistas. Por fim, o texto encerra com o uso pelo governo Putin de seu pensamento e a estrutura criada por Dugin para divulgar suas ideias, como o Movimento Eurasiano.

          A publicação do artigo visava compreender as motivações das ações da Rússia na Ucrânia e no mundo. De 25 para 26 de fevereiro de 2014, forças militares russas iniciaram a tomada da Crimeia, e seguida por um referendo em 16 de março que aprovou a anexação pela Rússia, ratificada por Putin no dia 18. Uma semana depois do artigo, em 7 de abril, se iniciaria o levante armado pró-Rússia nas regiões de Donetsk e Luhansk, cujo conflito matou pouco mais de 10 mil pessoas até o momento.

          Mantive a foto original (acima) e os links de referência publicados no texto e fiz algumas observações no final. A tradução é minha. 

          Boa leitura.

          O cérebro de Putin
       
          Alexander Dugin e a filosofia por trás da invasão da Crimeia de Putin.

          Por Hannah Thoburn e Anton Barbashin (1)

          Desde o colapso na União Soviética, a Rússia tem buscado infrutiferamente por uma nova grande estratégia - algo que defina quem são os russos e para onde eles estão indo. "Na história russa durante o século XX, houve vários períodos - monarquismo, totalitarismo, perestroika e, finalmente, um caminho democrático de desenvolvimento," disse o presidente russo Boris Yeltsin dois anos após o colapso da União Soviética. "Cada estágio tem sua própria ideologia," continuou, mas agora "nós não temos." 

          Para preencher este vazio, em 1996 Yeltsin designou um time de acadêmicos para trabalharem juntos para encontrar o que os russos chamam de Russkaya ideya ("ideia russa"), mas eles voltaram de mãos vazias. Ao mesmo tempo, vários outros grupos também assumiram a tarefa, incluindo uma coleção de políticos e pensadores russos conservadores que chamavam a si mesmos de Soglasiye vo imya Rossiya ("Acordo em Nome da Rússia"). Juntamente com muitos outros intelectuais russos da época, eles estavam profundamente perturbados com a fraqueza do estado russo, algo que acreditavam que precisava ser arrumado para que  a Rússia retornasse à sua glória legítima. E para eles, isso implicava no retorno à tradição russa de um governo central poderoso. Como isso poderia ser realizado era uma questão para outra ocasião.

          Putin, com quem muitos dos Soglasiye ainda têm laços, concordou com seus ideais e objetivos gerais. Ele chegou ao poder em 1999 com um mandato nacional para estabilizar a economia e o sistema político russos. Graças ao aumento dos preços globais de energia, ele rapidamente atingiu este objetivo. No final dos anos 2000, ele tinha espaço para retornar à questão da ideia russa. A Rússia, começou a argumentar, era uma civilização única própria. Ela não poderia ser feita para se encaixar confortavelmente nos blocos europeu e asiático e tinha que viver por suas próprias e exclusivas leis e moral russas. E, com a ajuda da Igreja Ortodoxa Russa, Putin começou uma batalha contra os elementos liberais (ocidentais) que alguns segmentos da sociedade russa começaram a adotar. As atitudes dele que receberam condenação no Ocidente - como a criminalização da "propaganda homossexual" e a sentença de membros da Pussy Riot, um coletivo feminista de punk-rock, a dois anos de prisão foi vandalismo - eram populares na Rússia.

          Fiel à insistência de Putin de que a Rússia não pode ser julgada em termos Ocidentais, seu novo conservadorismo não se encaixa nas definições americana e europeia. Na verdade, a principal característica que eles compartilham é a oposição ao liberalismo. Enquanto que os conservadores nessas partes do mundo são temerosos do governo grande e põe o indivíduo em primeiro lugar, os conservadores russos advogam pelo poder do Estado e veem os indivíduos como servindo esse Estado. Eles se baseiam na longa tradição do conservadorismo imperial russo e, em particular, no eurasianismo. Esta corrente é autoritária em essência, tradicional, antiamericana e antieuropeia; valoriza a religião e a submissão pública. E, mais importante para os noticiários de hoje, é expansionista.

          As raízes do eurasianismo residem na Revolução Bolchevique da Rússia, embora muitas das ideias que contém têm histórias muito mais antigas. Depois da Revolução de Outubro de 1917 e da guerra civil que se seguiu, dois milhões de russos anti-bolcheviques fugiram do país. De Sofia para Berlim e então Paris, alguns desses intelectuais russos exilados trabalharam para criar uma alternativa ao projeto bolchevique. Uma dessas alternativas eventualmente se tornou a ideologia eurasiana. Os proponentes desta ideia postularam que os ocidentalizadores e os bolcheviques da Rússia estavam errados; os ocidentalizadores por acreditarem que a Rússia era uma parte (atrasada) da civilização europeia e por pedirem pelo desenvolvimento democrático; os bolcheviques por presumirem que todo o país precisava de uma reestruturação através do confronto de classe e de uma revolução global da classe trabalhadora.

          Em vez disso, os eurasianos destacavam que a Rússia era uma civilização única com seu caminho e missão histórica próprios: criar um centro de poder e cultura diferentes que não fosse nem europeu, nem asiático mas que tenha traços de ambos. Os eurasianos acreditavam na eventual queda do Ocidente e que era hora da Rússia ser o principal exemplo do mundo.

          Em 1921, os pensadores exilados George Florovsky, Nikolai Trubetzkoy, Petr Savitskii e Petr Suvchinsky publicaram uma coleção de artigos intitulados Exodus to the East, que marcou o nascimento oficial da ideologia eurasiana. O livro centrou-se na ideia de que a geografia da Rússia é seu destino e que não há nada que qualquer governante possa fazer para se libertar das necessidades de defender suas terras. Devido à vastidão da Rússia, eles acreditavam, seus líderes precisam pensar imperialmente, consumindo e assimilando as populações perigosas em todas as fronteiras. Enquanto isso, eles consideravam qualquer forma de democracia, economia aberta, governança local ou liberdade secular como altamente perigosa e inaceitável.

          Neste sentido, os eurasianos consideravam Pedro, o Grande - que tentou europeizar a Rússia no século XVIII - um inimigo e um traidor. Em vez disso, ele viam favoravelmente o domínio tártaro-mongol, entre os séculos XIII e XV, quando o império de Genghis Khan havia ensinado os russos ensinamentos cruciais sobre a construção de um estado forte e centralizado e um sistema piramidal de submissão e controle.

          As crenças eurasianas ganharam um forte seguimento na parte politicamente ativa da comunidade emigrante, ou Russos Brancos, que estavam ansiosos para promover qualquer alternativa ao bolchevismo. Entretanto, a filosofia foi totalmente ignorada, e mesmo suprimida pela União Soviética, e praticamente morreu com seus criadores. Ou seja, até a década de 1990, quando a União Soviética desmoronou e a atmosfera ideológica da Rússia estava vazia.

A EVOLUÇÃO DE UM REVOLUCIONÁRIO

          Depois do colapso da União Soviética, ideologias ultranacionalistas estavam decididamente fora de moda. Em vez disso, a maioria dos russos aguardava ansiosamente a democratização e a reintegração da Rússia com o mundo. Ainda assim, restaram poucos elementos profundamente patrióticos que se opunham à dessovietização e acreditavam - como Putin hoje acredita - que o colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século. Entre eles estava o ideólogo Alexander Dugin, que era um contribuinte regular do centro analítico ultranacionalista e jornal Den´ (mais tarde conhecido como Zavtra). Sua primeira aparição à fama foi um panfleto de 1991, A Guerra dos Continentes (2), no qual ele descrevia uma permanente luta geopolítica entre dois tipos de poderes globais: os poderes terrestres, ou "Roma Eterna", que são baseados nos princípios de estatismo, comunalidade, idealismo e a superioridade do bem comum, e as civilizações do mar, ou "Cartago Eterna", que são baseadas no individualismo, no comércio e no materialismo. No entendimento de Dugin, a "Cartago Eterna" era historicamente representada pela democracia ateniense e pelos impérios holandês e britânico. Agora, ela é representada pelos Estados Unidos. A "Roma Eterna" é representada pela Rússia. Para Dugin, o conflito entre os dois continuará até que um deles seja completamente destruído - nenhum tipo de regime político e nenhuma quantidade de comércio pode parar isto. E para que o "bom" (Rússia) acabe por derrotar o "mau" (Estados Unidos), escreveu ele, deve haver uma revolução conservadora. 

          Suas ideias de uma revolução conservadora são adaptadas dos pensadores alemães do entreguerras, que promoveram a destruição da ordem liberal individualista e a cultura comercial da civilização industrial e urbana em favor de uma nova ordem baseada em valores conservadores como a submissão das necessidades e dos desejos individuais às necessidades de muitos, uma economia organizada pelo Estado e valores tradicionais para a sociedade baseadas numa visão quase religiosa do mundo. Para Dugin, o principal exemplo de uma revolução conservadora foi a radical República Social Italiana de Salò (1943-45) apoiada pelos nazistas no norte da Itália. Na verdade, Dugin retornou  continuamente ao que viu como virtudes das práticas nazistas e expressou apreço pela SS e o grupo ocultista Ahnerbe de Herman Wirth. Em particular, Dugin elogiou os projetos conservadores-revolucionários ortodoxos que a SS e o Ahnerbe desenvolveram para a Europa do pós-guerra, nos quais imaginavam uma Europa nova e unificada, regulada pelo sistema feudal de regiões etnicamente separadas que serviriam de vassalos aos suseranos alemães. É importante destacar que, entre outros projetos, o Ahnerbe era responsável por todos os experimentos com seres humanos no campos de concentração de Auschwitz e Dachau.

          Entre 1993 e 1998, Dugin se juntou à lenda nacionalista russa Eduard Limonov na criação do agora banido Movimento Nacional-Bolchevique (mais tarde o Partido Nacional-Bolchevique, ou PNB), onde eles se tornou o principal ideólogo de uma estranha síntese de socialismo e ideologia ultradireitista. No final dos anos 1990, ele foi reconhecido com o líder intelectual de todo o movimento ultradireitista da Rússia. Ele tinha sua própria editora, Arktogeya ("País do Norte"), vários sites, uma série de jornais e revistas, e publicou As Fundações da Geopolítica (3), um súbito bestseller que se tornou particularmente popular entre os militares.

          A introdução de Dugin na política convencional veio em 1999, quando ele se tornou conselheiro do parlamentar russo Gennadii Seleznev, um dos políticos mais conservadores da Rússia, por duas vezes presidente do parlamento russo, membro do Partido Comunista e fundador do Partido do Renascimento da Rússia. Neste mesmo ano, com a ajuda de Vladimir Zhirinovsky, líder nacionalista da Rússia e do muito mal nomeado Partido Democrático Liberal da Rússia, Dugin se tornou presidente da seção geopolítica do Conselho Consultivo sobre Seguração Nacional da Duma.

          Mas sua inclusão na política não se traduz necessariamente num maior apelo nas políticas da elite. Para isso, Dugin teve de transformar sua ideologia em algo mais - algo singularmente russo. Ou seja, ele eliminou os elementos mais escandalosos, esotéricos e radicais de sua ideologia, incluindo seu misticismo, e em vez disso se baseou no eurasianismo clássico de Trubetzkoy e Savitskii. Ele começou a trabalhar criando o Movimento Eurasiano Internacional, um grupo que viria a envolver acadêmicos, políticos, parlamentares, jornalistas e intelectuais da Rússia, de seus vizinhos e do Ocidente.

PARA A EUROPA E ALÉM

          Como os eurasianos clássicos das décadas de 1920 e 1930, a ideologia de Dugin é antiocidental, anti-liberal, totalitária, ideocrática e socialmente tradicional. Seu nacionalismo não é eslavo-orientado (embora os russos tenham uma missão especial de unir e liderar), mas também se aplica às outras nações da Eurásia. E rotula o racionalismo como ocidental e assim promove uma visão de mundo mística, espiritual, emocional e messiânica.

          Mas o neoeurasianismo de Dugin difere significativamente do antigo pensamento eurasiano. Primeiro, Dugin concebe a Eurásia como sendo muito maior do que seus predecessores jamais imaginaram. Por exemplo, enquanto Savitskii acreditava que o estado russo-eurasiano deveria se estender da Grande Muralha da China no leste até os Montes Cárpatos no oeste, Dugin acredita que o estado eurasiano deve incorporar todo os antigos estados soviéticos, membros do bloco socialista e talvez mesmo estabelecer um protetorado sobre todos os membros da UE (4). No leste, Dugin propõe ir até a Manchúria, o Xinjiang, o Tibet e a Mongólia. Ele ainda propõe eventualmente que se volte ao sudoeste em direção ao Oceano Índico.

          Para incluir a Europa na Eurásia, Dugin teve de retrabalhar o inimigo. No pensamento eurasiano clássico, o inimigo era a Europa romano-germânica. Na versão de Dugin, o inimigo é os Estados Unidos. Como escreve: "Os EUA são uma cultural quimérica, anti-orgânica e transplantada que não possui as tradições do estado sacro e do solo cultural, mas, no entanto, tenta impor nos outros continentes seu modelo anti-étnico, anti-tradicional [e] babilônico." Os eurasianos clássicos, ao contrário, favoreciam os Estados Unidos e o consideravam até mesmo um modelo, elogiando especialmente seu nacionalismo econômico, a Doutrina Monroe e a sua não associação na Liga das Nações.

          Outro pronto crucial de diferença é sua atitude em relação ao fascismo e a Alemanha nazista. Mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os eurasianos clássicos se opunham ao fascismo e se posicionaram contra o antissemitismo racial. Dugin elogiou o Estado de Israel por aderir aos princípios do conservadorismo, mas também falou de uma conexão entre o sionismo e o nazismo e sugeriu que os judeus só mereceram seu Estado devido ao Holocausto. Ele também divide os judeus em "maus" e "bons". Os bons são ortodoxos e vivem em Israel; os maus vivem fora de Israel e tentam assimilar. Obviamente, nos dias hoje, estes são pontos de vista aos quais ele raramente alude em público.

JOGO DE PUTIN

          Desde o início dos anos 2000, as ideias de Dugin apenas têm ganho popularidade. Sua ascensão reflete a própria transição de Putin de aparente democrata para autoritário. Na verdade, a virada conservadora de Putin deu a Dugin uma chance perfeita de "ajudar" o líder russo com explicações históricas, geopolíticas e culturais apropriadas às suas políticas. Reconhecendo o quão atraentes são as ideias de Dugin para alguns russos, Putin tomou algumas delas para promover seu próprios objetivos.

          Embora de tempos em tempos Dugin tenha criticado Putin por seu liberalismo econômico e sua cooperação com o Ocidente, ele geralmente tem sido o firme aliado do presidente. Em 2002, ele criou o Partido Eurásia, que foi bem recebido por muitos na administração de Putin. O Kremlin há muito tolerou, e mesmo encorajou, a criação de pequenos partidos políticos aliados menores, que dão aos eleitores russos a sensação de que eles realmente vivem numa democracia. O partido de Dugin, por exemplo, fornece um espaço para aqueles com inclinações chauvinistas e nacionalistas, mesmo que o partido permaneça controlado pelo Kremlin. Ao mesmo tempo, Dugin criou fortes laços com Sergei Glazyev, co-líder do bloco patriótico Rodina e atualmente conselheiro de Putin sobre a integração eurasiana. Em 2003, Dugin tentou se tornar deputado parlamentar pelo bloco Rodina, mas falhou.

          Embora sua incursão eleitoral tenha sido um fracasso, a recepção positiva de alguns eleitores a seus projetos antiocidentais encorajou Dugin a prosseguir com o movimento eurasiano. Depois do impacto da Revolução Laranja da Ucrânia em 2004, ele criou a União da Juventude Eurasiana, que promove educação patriótica e antiocidental. Ela possui 47 escritórios de coordenação por toda a Rússia e nove em países da Comunidade do Estados Independentes, Polônia e Turquia. Seu alcance é muito superior ao de qualquer outro movimento pró-democrático existente.

          Em 2008, Dugin se tornou um professor da melhor universidade da Rússia, a Universidade Estatal de Moscou, e chefe da organização sociológica nacional Centro de Estudos Conservadores. Ele também aparece regularmente em todos os principais canais de TV da Rússia, comentando sobre questões domésticas e estrangeiras. Sua exposição só aumentou desde os protestos pró-democracia do inverno 2011-12 e da ação de Putin em torno da mesma época ao criar a União Eurasiana. Sua presença generalizada na vida pública russa é um sinal da aprovação de Putin: a mídia russa, particularmente a televisão, é quase totalmente controlada pelo Kremlin. Se o Kremlin desaprova (ou não utiliza mais) uma pessoa em particular, ele o removerá das transmissões televisivas.

          Dugin e outros pensadores com ideias semelhantes apoiaram de todo o coração a ação do governo russo na Ucrânia, pedindo para ir além e tomar o leste e sul ucraniano, que, escreve ele, "congratula-se com a Rússia, espera por ela, pede para que a Rússia venha." O povo russo concorda. Os índices de aprovação de Putin saltaram no último mês [março de 2014], e 65 por cento dos russos acreditam que a Crimeia e as regiões orientais da Ucrânia são "territórios essencialmente russos" e que a "Rússia está certa em utilizar a força militar para defender a população." Dugin, então, provou ser um ótimo recurso para Putin. Ele popularizou a posição do presidente em questões como os limites à liberdade pessoal, uma compreensão tradicional da família, a intolerância à homossexualidade e a centralidade do cristianismo ortodoxo no renascimento da Rússia como uma grande potência. Mas a sua maior criação é o neoeurasianismo.

          A ideologia de Dugin influenciou toda uma geração de ativistas conservadores e radicais e políticos, que, se tivessem a chance, lutariam para adaptar seus princípios fundamentais à política de Estado. Considerando a pobre situação da democracia russa e o contínuo afastamento do país de ideias e ideais ocidentais, pode-se dizer que as chances de ver o neoeurasianismo conquistar novo terreno está crescendo. Embora a fórmula de Dugin seja altamente teórica e profundamente mística, ela está provando ser uma forte concorrente para o papel de principal ideologia da Rússia. Se Putin pode controlá-la, assim como controlou muitas outras fórmulas, é uma questão que pode determinar sua durabilidade.

* Traduzi o adjetivo "eurasianist" como "eurasiano" para simplificar a tradução. 
(1) Analistas do Eurasia, da Foreign Policy Initiative
(2) O panfleto virou livro com o título A Grande Guerra dos Continentes.
(3) Não há o livro em português. Em inglês está pelo título Foundations of Geopolitics.
(4) O vídeo que estava marcado neste trecho foi retirado do Youtube. Mas neste outro vídeo Dugin afirma, de forma direta, que a Rússia deveria anexar a Europa. Diz ele, a partir de 1:06: "...nós precisamos ocupar a Europa, conquistar e anexar." 


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