domingo, 21 de maio de 2017

A tentativa da Rússia de influenciar os rumos dos EUA


(Michael Flynn, Donald Trump, Jeff Sessions, Vladimir Putin e Sergei Kislyak.)

Entre agosto e outubro do ano passado houve uma súbita deterioração das relações entre a Rússia, o Ocidente em geral e os EUA em particular, período em que houve o hackeamento do Comitê Nacional do Partido Democrata pelos russos, a instalação de mísseis Iskander-M em Kalingrado e várias divergências diplomáticas a respeito da Guerra Civil na Síria. Após as eleições americanas, em 8 de novembro, o nível de tensão baixou. O noticiário que acompanhei pela internet e os comentários de analistas políticos apontavam para uma aproximação entre o então presidente eleito, Donald Trump com seu colega Vladimir Putin, de alguns de seus assessores com o Kremlin e uma possível interferência russas no processo eleitoral.

A hipótese que levantei foi de que, não podendo garantir a vitória de Trump (acima de tudo a derrota de Hillary, amplamente demonizada pela elite russa), a Rússia apostou numa escalada na tensão militar para amedrontar a opinião pública americana com o objetivo de influenciar decisivamente as eleições americanas. Esta atitude pode ser resumida pela declaração de Vladimir Zhirinovsky, aliado do Kremlin e líder do Partido Democrático Liberal da Rússia (LDPR, em inglês) conhecido por seu agressivo nacionalismo e posições extremistas, de que caso os americanos votassem em Hillary, "é guerra. Haverá Hiroshimas e Nagasakys por todo o lugar".

(Vladimir Zhirinovsky comemorando com seus colegas de trabalho a vitória de Trump, 9 de novembro de 2016) 

Para alegria do Kremlin Trump venceu, Zhirinovsky celebrou a vitória com um brinde de vinhos espumantes com seus colegas de trabalho e a Duma aplaudiu efusivamente quando o resultado final das eleições foi anunciado. 

Um exemplo da diminuição da tensão foi a reação do Kremlin à expulsão de 35 diplomatas russos dos EUA e à exigência da devolução de dois complexos por eles utilizados nos estados de Maryland em Nova Iorque. A ordem foi dada em 29 de dezembro de 2016 pelo então presidente Obama, e ambas medidas deveriam ser cumpridas em até dois dias. Washington também ampliou os poderes do Executivo para aplicar sanções contra agentes que atacassem instituições americanas. Desta forma, Obama ampliou as sanções já impostas sobre Moscou abrangendo o Serviço Federal de Segurança (FSB), o Diretório Principal de Inteligência (GRU) sob autoridade direta de Putin, quatro membros do GRU e três empresas que forneceiam materiais a este serviço de inteligência. Um analista americano de cibersegurança definiu a retaliação de Washington como "a maior contra a espionagem russa desde a Guerra Fria".

A expectativa era de que o Kremlin respondesse na mesma moeda ou mesmo de forma exagerada, a exemplo das repostas às sanções políticas que sofreu nos últimos anos por parte dos EUA. Putin, porém, não reagiu desta forma. Ele declarou oficialmente que "nós [a Rússia] não vamos recorrer a uma diplomacia 'de cozinha' mas planejaremos nossos próximos passos para restaurar as relações EUA-Rússia baseados nas políticas da Administração Trump", além de se recusar a tomar medidas contra os familiares dos diplomatas americanos, e desejou a Obama e Trump felicitações de Ano Novo. Ou seja: Putin simplesmente não respondeu à ação de Obama, esvaziando-a de seu propósito político. Através do Twitter, Trump elogiou a espera do colega russo e reiterou o apreço por sua inteligência. No que diz respeito ao interesse de diminuir as tensões, havia uma clara sintonia entre Putin e Trump.

Poucas semanas após a posse de Trump em 20 de janeiro, a sintonia entre os dois presidentes já começava a sofrer interferências. Como comentei neste blog em março passado, Trump nomeou James Mattis, firme apoiador da OTAN, como Secretário de Defesa, e junto à ONU condenou explicitamente a anexação da Crimeia pela Rússia, ação que foi causa inicial das sanções econômicas que Washington e a União Europeia impuseram à Moscou. Esta condenação veio em 3 de fevereiro, recém o 14º dia da presidência Trump, que ainda hoje espera o retorno da Crimeia à Ucrânia e uma ação efetiva da Rússia na contenção da violência neste país. Por estas atitudes, a Casa Branca demonstrou reconhecer a Rússia como causa do conflito na Ucrânia. (Cabe ainda destacar que em 11 de abril Trump aprovou oficialmente a entrada de Montenegro como o 29º membro da OTAN, contrariando os russos numa  região sensível aos seus interesses.)

(Praia nas Ilhas Seychelles: local discreto para uma reunião secreta entre o governo dos Emirados, um financiador de Trump e um associado de Putin. Perguntas a serem respondidas.)

Por outro lado, o governo Trump começou a ensaiar uma aproximação com Moscou. Funcionários americanos, europeus e árabes relataram a existência de negociações secretas entre EUA e Rússia com esta finalidade. De acordo com uma longa reportagem do Washington Post, o governo dos Emirados Árabes Unidos organizou um encontro entre o fundador da firma de segurança Blackwater e financiador da campanha de Trump, Erik Prince, e um associado próximo de Putin. O encontro teria como o objetivo estabelecer um canal de diálogo entre Washington e Moscou por detrás dos mecanismos oficias de contato e teria ocorrido em torno de 11 de janeiro nas Ilhas Seychelles, pequeno país no Oceano Índico onde um membro do governo dos Emirados possuía uma ilha particular. A pauta de negociações envolveria a revisão das alianças russas no Oriente Médio em troca de um possível alívio nas sanções econômicas. Para os Emirados, o interesse seria cortar o apoio russo ao Irã e à Síria, rivais regional da monarquia do Golfo Pérsico.

(Ataque surpresa dos EUA à Síria em 7 de abril: mudanças no grupo político de Trump pode ser uma das razões do ataque.)

O banho de água fria na aproximação veio na Síria. Trump autorizou o surpreendente ataque militar à base aérea de Shayrat na madrugada de 7 de abril em resposta ao ataque a químico provavelmente realizado pelo regime de Assad no dia 4 à cidade de Khan Shaikhun, no noroeste no país. Dentre muitos outros desdobramentos, um deles foi o distanciamento que se seguiu entre Washington e Moscou, que acusou os EUA de atacar um "país soberano". O Kremlin suspendeu a linha de comunicação direta (apesar de informações desencontradas entre militares americanos) entre os exércitos americano e russo que permitia troca de informações sobre as aeronaves que sobrevoavam a Síria para evitar conflitos e ataques não intencionais entre ambos. Também prometeu reforçar o sistema de defesa aéreo do país e proteger sua infra-estrutura. Este último ponto não é novidade, dado que em 28 de dezembro de 2016 um satélite israelense de alta resolução flagrou dois veículos do exército russo na base militar de Latakia, na costa do país, utilizados para deslocar mísseis Iskander-M, os mesmos citados no início deste texto e capazes de carregar ogivas nucleares. As imagens confirmaram uma suspeita já existente, o que mostra que tais mísseis já estavam no local há mais tempo e que a Síria, independente da recente crise com os EUA, é de suma importância estratégica à Rússia.

(Tillerson com Putin no Kremlin: apesar da crise na Síria e da pouca evolução na diplomacia, o histórico de encontros entre os dois ajudou a quebrar o gelo.)

Apesar da forte reclamação da Rússia, o Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, esteve em Moscou uma semana depois do ataque americano. De última hora, Tillerson se encontrou com Putin durante duas horas após conversa com seu colega Sergei Lavrov. Segundo testemunhas, o encontro com Putin revelava a antiga intimidade entre os dois, conhecidos de diversos encontros no passado, e destoou do clima de tensão da visita. Enquanto a Rússia dizia não haver provas de que o ataque químico fora realizado pelo regime de Assad, os EUA dizia o contrário. Para Trump era "provável" que o Kremlin soubesse que Assad estava planeando o ataque químico, ao passo que Tillerson dizia diplomaticamente ainda não haver evidência clara disto. Em ambos os lados havia um consenso de que a relação entre os dois países havia piorado muito.  Para Lavrov a política externa americana era "contraditória" e de difícil compreensão, e uma das razões desta dúvida estaria no fato de Tillerson ainda não ter preenchido todas as vagas do Departamento de Estado. Estas posições mostravam mais insegurança do que uma real piora já que houve sinais de cooperação, entre elas o reestabelecimento da linha de comunicação direta sobre os aviões russos e americanos que sobrevoavam a Síria e o combate às organizações terroristas. A crise na Ucrânia e o hackeamento russo nas eleições americanas ficaram para ser discutidas noutra ocasião. Havia, porém, uma série de questões que ainda não foram esclarecidas nas relações russo-americanas.

A política interna também pode ter peso no ataque à Síria. Para Putin uma crise externa ajuda cultivar junto à população russa sua figura de homem forte; para Trump há a vantagem de, ao contrariar os interesses russos na Síria com o ataque, se distanciar das acusações de que pessoas de seu círculo próximo teriam ligações com o Kremlin, além de desviar a atenção do público das investigações sobre este tema.


(Trump e seus assessores acompanhando o ataque à Síria ao vivo: junto à mesa está Jared Kusher, o segundo da direita para a esquerda; ao fundo em frente ao lustre, Steve Bannon. Imagem sugestiva.)

Por fim, chegamos a um ponto crucial: a perda de influência de Steve Bannon nas decisões políticas da Casa Branca. Bannon foi estrategista chefe da campanha de Trump e é o atual estrategista chefe da presidência e seu principal conselheiro. Desde o início do atual mandato, a evolução dos grupos assessores do presidente tem diminuído a influência Bannon nas decisões políticas. O caso mais explícito foi a divergência entre ele e o genro de Trump e seu assessor principal, Jared Kusher, sobre a decisão de atacar a Síria em resposta ao ataque químico de 4 de abril. Para Bannon não era do interesse americano realizar o ataque, ao passo que Kusher queria uma punição a Assad. A divergência entre os dois corresponderia a uma divisão ideológica entre os assessores de Casa Branca: de um lado o grupo "nacionalista" determinado a priorizar o interesse nacional americano proposto na campanha de Trump e do outro o grupo "democrata" com alguns filiados ao Partido Democrata que, por sua tradição, tem uma inclinação internacionalista.

(Steve Bannon ouvindo Donald Trump: estrategista e assessor ligado ao eurasianismo.)

O nacionalismo de Bannon tem relação com o eurasianismo, corrente de pensamento cujo principal divulgador é Alexander Dugin, com quem o americano compartilha muitos dos valores. Além de uma visão de mundo comum, ambos se vêem como nacionalistas, defensores da tradição e têm apreço pelas teorias da história e o estudo das civilizações vinculando estes temas às questões políticas, econômicas e morais. Sua simpatia pelo eurasianismo e por Putin ficou clara na conferência em que Bannon participou no Vaticano em 2014. Pessoas próximas a Bannon traduziram para o inglês o principal livro de Dugin, The Fourth Political Theory, que expõe as bases do seu pensamento, um eurasianismo reformulado conhecido como neo-eurasianismo. Para Dugin Bannon é um aliado ideológico. Isto ajuda a explicar o entusiasmado apoio que o russo deu à eleição de Trump ainda nas primárias republicanas, época em que Bannon era seu principal estrategista. Apesar de Trump ser "duro, rude, (...) emocional", disse Dugin, ele é um "americano comum extremamente bem-sucedido", é a "verdadeira América". O ideólogo russo clamou para que os americanos votassem em Trump, já que ele voltaria seu olhos aos problemas internos dos EUA e deixaria a humanidade em paz, "cansada da hegemonia americana e de sua política destrutiva".

Com a posse de Trump, porém, Dugin foi se decepcionando com algumas de suas políticas, como a decisão de Washington de exigir que a Rússia devolvesse a Crimeia à Ucrânia, mas jogou definitivamente a toalha com o ataque americano à Síria. Para ele Bannon era a "última esperança" em Washington, mas dada a ação de Trump, a quem chamou de "louco neo-con", as esperanças de um aliança entre americanos e russos desapareceu.

(O militar Michael Flynn no jantar de gala da Russia Today em 2015: sentado ao lado de Vladimir Putin e rodeado por membros do Kremlin.) 

Fica clara a associação entre a perda de poder de Bannon na Casa Branca, o ataque à Síria e a crise com a Rússia. Fica clara, mas não totalmente explicada, dado que outros elementos não analisados neste texto, como a saída de antigos membros da campanha e do governo Trump, como Paul Manafort e Michael Flynn, também foram fatores que contribuíram indiretamente para atrapalhar uma aproximação com Moscou. Manafort foi estrategista de Viktor Yanukovich, um aliado do Kremlin, na campanha presidencial de 2010 para presidente da Ucrânia. Já Flynn, ex-general do exército americano, tem laços mais evidentes: possui contatos pessoais com o Kremlin, tendo participado do jantar de gala do aniversário do 10 anos da rede de TV estatal Russia Today, cuja editora-chefe, Margarita Symonian, é uma entusiasmada apoiadora do presidente russo. Putin estava presente ao lado do militar. Flynn aparece regularmente no canal realizando análises sobre política internacional.

(Lavrov e Kislyak sendo recebidos por Trump no Salão Oval da Casa Branca: apesar das tensões, continuam os contatos no alto escalão.)

Apesar do terremoto político entre Washington e Moscou, há alguns sinais de boa vontade (ou de oportunismo) de ambos os lados para reestabelecer a proximidade abalada com o ataque à Síria. Além do mencionado encontro entre Tillerson e Putin no Kremlin, Trump recebeu na Casa Branca o ministro russo Lavrov e o embaixador do país em Washington, Sergei Kislyak. Kislyak é figura-chave na crise política do governo Trump por seus contatos com Flynn ainda na campanha eleitoral americana. Segundo um jornal americano, no encontro o presidente teria divulgado informações confidenciais do serviço secreto para os russos. Apesar das reclamações de políticos americanos, o assessor de segurança nacional da Casa Branca anunciou como "falsa" a informação, e as fontes do jornal não são mencionadas na reportagem. De qualquer forma, a recepção de Lavrov e Kislyak por Trump mostra que há uma tentativa de ambos os lados de normalizar a relação Washington-Moscou independente das intenções em jogo.

Dados os relatos acima, é possível perceber que a grande tensão política e militar entre a Rússia e os países do Ocidente na segunda metade de 2016 tinha como um dos objetivos influenciar as eleições americanas.  É difícil mensurar o quanto os russos são capazes e o quanto realmente fizeram para interferir no pleito, dado que esta interferência está sob investigação do FBI e que os EUA são um país de dimensões continentais. Apesar da mídia americana ser fortemente concentrada em poucas corporações, a população ainda possue uma enorme variedade de meios de informação. Portanto, a hipótese de que os russos utilizaram a pressão militar como meio de influenciar a opinião pública americana é plausível. Na incerteza da eficácia interna, usou-se a explícita ameaça externa.

(Propaganda pró-Trump na Rússia durante a eleição americana: "Vamos fazer o mundo grande outra vez - juntos!", diz o anúncio. Na incapacidade de determinar os rumos dos EUA, a Rússia busca jogar com todas as cartas possíveis para destronar a liderança global americana.)

O regozijo da Duma com a vitória de Trump, o gesto explícito por parte de Putin de não reagir à expulsão de 35 diplomatas russos por Obama (visto no Kremlin como mais uma provocação deste governo) e o apoio maciço da mídia russa ao republicano são sinais públicos de que havia interesse de Moscou na vitória de Trump. Para a Rússia também era importante evitar uma piora nas relações dada a dificuldade do país em manter de forma simultânea uma escalada militar em toda a sua porção ocidental e um envolvimento direto nas guerras da Síria e da Ucrânia numa época de crise econômica.

O estremecimento da sintonia entre Trump e Putin começou com uma série de medidas de Washington que contrariava Moscou, como o mantimento das sanções vinculadas à anexação da Crimeia, a condenação da ação russa na Ucrânia, a reafirmação do compromisso com a OTAN e sua expansão e a luta política interna. O governo Trump possui membros que beberam de fontes ideológicas simpáticas à Rússia, a exemplo de Bannon, e pessoas com simpatias e/ou meios de aproximar os dois lados, a exemplo de Flynn. Soma-se a isto a influência russa no processo eleitoral americano, fator de desestabilização do governo. Trump tem razões de sobra para não transparecer sua disposição de se aproximar dos russos e encobrir membros ideologicamente simpáticos à Rússia: isto evita ataque de adversários e da imprensa (esta última tem sido desde as primárias eleitorais uma dura crítica do republicano). Até aí, porém, não havia uma divergência pública entre Washington e Moscou. Ou, nas palavras de Dugin, Trump ainda era tolerável. Até o ataque à Síria.

Ao contrário do desejo de Dugin, os recentes encontros de Tillerson com Putin no Kremlin e de Lavrov com Trump na Casa Branca mostram que, apesar da crise na relação, Washington e Moscou continuam dispostos a manter conversações no alto escalão. Da mesma forma há uma tentativa de criar um vínculo mais profundo e discreto, como no encontro realizado nas Ilhas Seychelles, para que o contato se mantenha ao menos informalmente. Duas coisas, porém, precisam ser levadas em consideração: primeiro que o Kremlin sempre é motivo de incerteza por diversas razões, desde a falta de transparência política até a relação do Executivo com o serviço secreto, e o governo Trump, liderado por um novato na política, ainda procura estabilizar-se em meio às turbulências e ajustes domésticos; segundo que a Rússia, seguindo sua "tradição" messiânica e revolucionária do qual o atual governo é herdeiro, está disposta a continuar a luta para expandir sua influência pela mundo e subjugar o sistema mundial pós-Guerra Fria. E para isso terá de subjugar os EUA.

Há ainda muitos outros elementos que ajudariam a completar e aperfeiçoar este texto. Poderia ainda fazer outras ramificações e aprofundamentos questionando: a) o que ocorreu no encontro de Sychelles e suas possíveis consequências (e até que ponto os dados da reportagem do Washington Post são verdadeiras); b) as verdadeiras razões do ataque à Síria; c) o papel de Flynn no governo Trump e a possibilidade dele ser um canal de comunicação com o Kremlin; d) os possíveis contatos do Procurador Geral Jeff Sessions com os russos durante a eleição americana (não comentado neste texto); e) os meios e os impactos de trolls e da propaganda russa nos EUA; f) o papel da mídia americana, largamente crítica de Trump, e que possivelmente exagera o poder da Rússia em Washington e; g) as razões e consequências da recente demissão do diretor do FBI, James Comey, responsável pelas investigações envolvendo o potencial comprometimento do governo Trump e com a Rússia.

As ações da Rússia inserem-se numa estratégia global para minar a democracia e o liberalismo no Ocidente. Há razões de sobra para supor que o Kremlin continuará a agir com este objetivo. Mas os próximos passos da relação EUA-Rússia ainda são imprevisíveis.